Hoje, Senhor, nesta Quarta-Feira Santa,
assalta-me este nó na garganta de que a Quaresma passou tão depressa.
Parece que não lhe ganhei o passo
e que este tempo único vai acabar assim vazio e estéril.
Hoje quero muito parar.
Encontrar um tempo e um espaço só para mim.
Um tempo e um espaçoso só para Ti.
Entrarei cuidadosa e paciente na noite que há em mim.
E hei-de dar-me tempo.
No jejum das palavras e das emoções,
No jejum do pensamento rápido,
Quero banir deste dia toda a pressa
para que em silêncio, despojada de mim ,
possa alcançar o tempo e a coragem de me ver com verdade
Talvez que ao cair da noite, eu consiga ensaiar os passos iniciais,
aqueles passos como os das crianças,
tímidos e inseguros.
Decisivos.
E tão essenciais.
Maria Teresa Frazão
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