sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Vigília da Paz

"Se quiser uma Passagem de Ano diferente, propomos-lhe que participe na Vigília que terá lugar na igreja do Sacramento desde as 18h do dia 31 de Dezembro, às 8h de 1 de Janeiro. Será celebrada Missa de Acção de Graças, às 23h30."
Que tal dedicarmos parte desta noite especial à oração? Ainda que já tenhamos outros programas, fica o desafio de nos juntarmos à vigília depois das celebrações!

É Natal

É Natal. O Natal é uma espécie de terramoto que nos acorda para a realidade da nossa vida, da vida dos outros, da vida do planeta. Estamos numa sociedade escangalhada e com a direcção (quase) perdida. Temos que retomar os alicerces da verdade, da justiça, da fraternidade, da solidariedade, da partilha, do respeito mútuo, que, já nas previsões de Isaías, nos iria trazer Jesus Cristo, com o acontecimento inaudito da Sua Incarnação. O mundo não está bem e não está bem, precisamente porque pôs de lado estes pilares, os únicos que poderão garantir uma sociedade sólida, humanizada, feliz.
Sendo assim, ninguém se pode dispensar de “apanhar” Natal. Nem eu, nem tu.
Que comecemos a celebrar, a viver, a testemunhar, o verdadeiro Natal. Pelo menos, os que se dizem cristãos.

por D. Manuel Martins, Bispo Emérito de Setúbal, em Página 1, 23/12/2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Para si, que vai caminhando...

Peço-lhe um minuto, apenas um minuto.
Para lhe dizer que nós, cristãos católicos da Diocese do Porto, caminhamos consigo.
Como “cristãos”, referimo-nos a Cristo; como “católicos”, referimo-nos a toda a gente, sem excepção.
A todos aqueles que aceitem a nossa companhia na estrada da vida.
O Papa Bento XVI disse-nos aqui no Porto, no passado mês de Maio, que nada impomos mas sempre propomos. Propomos Aquele que um dia nos propuseram a nós e sempre nos comunica esperança, companhia e paz: Jesus Cristo!
Aproximamo-nos de mais um Natal, passado este ano entre dificuldades acrescidas na vida económica e profissional. Mas, quando celebramos de novo o nascimento de Jesus, reforçamos a convicção de que Ele continua connosco, "nascendo" em cada acto de solidariedade verdadeira e atenção aos outros. Natal é isso mesmo. Presença de Deus no mundo, como uma criança que nasce, um gesto que aproxima, um sorriso que anima. Entre familiares que se reúnem, sem esquecer nenhum; entre vizinhos que se saúdam e vencem indiferenças; entre companheiros de trabalho, estudo ou outra actividade que seja. É também assim que Jesus gosta de ser reconhecido no mundo,
No presépio de Belém, com Maria e José, reconheceram-no os pastores humildes e os magos que verdadeiramente O procuravam. No "presépio" de cada dia, reconhecem-no os que O descobrem nos que mais precisam de companhia e ajuda. Disse-o Ele: "Vinde, porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.
"Sempre que fizeste isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizeste" (cf. Evangelho segundo São Mateus 26, 34 ss). Por isso e só por isso, pode haver mesmo Natal na sua vida, desde que o faça também na vida dos outros.
Como escreveu um dos primeiros discípulos de Jesus: “Aproximai-vos de Deus e Ele aproximar-se-á de vós” (Carta de Tiago 4, 8). Comece por um gesto, um simples gesto de atenção aos outros.
- Comece, persista e verá!
Já passou o minuto que lhe pedi: muito obrigado.
Desejo-lhe, do coração de Deus, um feliz Natal!

D. Manuel Clemente, Bispo do Porto

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Preparação para as JMJ Catequese 3

3.º TEMA

JMJ e Baptismo

«O Sacramento do Baptismo é o fundamento de toda a vida cristã e o pórtico da vida no Espírito. Só adquirindo uma clara consciência do que significa sermos baptizados, perceberemos todos os outros sacramentos e a nossa vida como cristãos inseridos na comunidade cristã e na acção diária no meio do mundo em que vivemos. “Edificados e enraizados em Cristo, firmes na Fé”… (Cl 2,7) Cada uma destas três acções (edificados, enraizados e firmes) iniciam-se no Baptismo e desenvolvem-se a partir do mesmo.

Convido-vos a debruçarmo-nos sobre o Baptismo como a Vida Nova que todos recebemos em Jesus Cristo. O nosso Deus chama-nos constantemente à vida, não a uma vida qualquer, mas à Vida que n’Ele tem origem: não sujeita aos limites do mundo, que nos traz felicidade; pela qual vale verdadeiramente a pena lutar e que é a vida que devemos levar aos que se cruzam connosco no dia-a-dia: a Vida que vem de Deus!

Debrucemo-nos ainda sobre o Baptismo como o Sacramento que nos confere a graça de nos sermos filhos de Deus: e filhos muito amados!»

† Manuel Neto Quintas, Bispo do Algarve

1.º Encontro

CHAMADOS À VIDA: a Vida Nova em Cristo

A água: fonte de vida

A água é algo comum e, se certo modo, “vulgar” do nosso mundo. Porém, não se pode não se pode negar a sua vital importância para que haja vida. Na água surge a primeira forma de vida. A água, quando contida em represas, é fonte de energia, de vida e de fecundidade. A água está cheia de mistério! Ora, o Baptismo é o sacramento da água: realiza-se pela imersão nas águas baptismais. Ao ser introduzido nas águas, o que é baptizado imerge em Cristo, tal como Cristo baixou ao túmulo. E, tal como o túmulo foi o sinal da morte redentora de Jesus, também o imergir nas águas é o sinal duma participação no mistério dessa morte, ou seja, do sepultar do pecado, do homem velho que Jesus destruiu. Ora, ao emergir das águas em que foi sepultado, o baptizado é o sinal visível de Cristo que venceu a morte e o pecado, ao sair do túmulo pela sua Ressurreição. E eis que aqui começa o Homem-Novo. Mas a água, por si só e como elemento natural, nada muda no interior do homem sem a essencial acção do Espírito Santo. Como Jesus o afirma no Evangelho segundo São João: «Fica sabendo que só quem nascer da água e do espírito é que pode entrar no reino de Deus. O que nasce da carne é carne e o que nasce do espírito é espírito» (Jo 3, 1-9).

Palavra de Deus

Da Carta de São Paulo aos Romanos:

«Pelo Baptismo fomos, pois, sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova. De facto, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua, também o estaremos pela sua ressurreição» (Rm 6, 4-5).

Nascidos para a Vida que não tem fim

«A fim de termos um nascimento que não seja fruto da simples natureza, mas também de uma escolha consciente, e obtermos pela água o perdão dos pecados cometidos […] é pronunciado o nome do Criador e Senhor Deus de todas as coisas [...] sobre aquele que é conduzido à água do Baptismo.» Com este belo texto de São Justino (séc. II), conseguimos entender que o Baptismo é um verdadeiro nascimento, pois nele tem lugar o início da Vida Nova dos que são purificados e regenerados pela água e pelo Espírito de Deus. E esta é uma verdadeira vida que só o Espírito Santo pode dar-nos. O Baptismo é verdadeiramente um novo nascimento em e para Deus, o início da Vida Eterna, para a qual fomos criados por Deus. «O Baptismo, de facto, regenera-nos para a vida de filhos de Deus, une-nos a Jesus Cristo e unge-nos no Espírito Santo» (RM 47). Mas aqueles que nascem pelo Espírito não devem nem podem jamais ficar retidos neste momento duma vida projectada por Deus a desenvolver-se e crescer cada vez mais em nós. É que, tal como ninguém nasce para ficar no estado de recém-nascido ou bebé que gatinha, do mesmo modo aqueles que nascem pela água e pelo Espírito são chamados a esforçar-se por crescer e desenvolver a graça que Deus semeou em seus corações. Deste modo, o Baptismo tende para a plenitude, para a Vida Nova que não tem fim e que vai tornando-se cada vez mais perceptível se não impedirmos que Deus haja em nós. A Vida Nova de Deus em nós é uma realidade não estática ou já plenamente adquirida, mas antes em permanente crescimento quotidiano (consoante a nossa abertura a Deus e a nossa opção radical por Cristo) que atinge o seu termo na união eterna com Deus, na Vida Nova em Cristo, a qual não tem fim.

Expressão de Fé

Enraizados e enxertados em Cristo, tornamo-nos outros Cristos

[Partimos do exemplo de enxertar uma árvore de fruto: figueira - o ramo de figueira que tem qualidade pode não desenvolver-se na figueira original por falta de força desta. O mesmo ramo, ao ser cortado e enxertado numa outra figueira com vigor e vida em abundância, começa a produzir abundantemente; este momento deve ser acompanhado com imagens]

A partir do Baptismo tomamos parte no mistério da vida de Jesus – devemos agir ao Seu modo. O Espírito Santo realiza em nós uma misteriosa mudança e purificação que nos liberta do «poder das trevas» e nos configura com Cristo. O Baptismo dá-nos o perdão pela purificação que Deus realiza em nós. E assim começa a nossa «incorporação» em Cristo, ou seja, somos enxertados e enraizados em Cristo. Mas esta nossa enxertia em Cristo nunca estará completa neste mundo, embora seja capaz de crescimento e aprofundamento. O Baptismo é a raiz donde se desenvolve todo este processo de crescimento da vida cristã. Saídos da água, os baptizados estão em condições de iniciar o seguimento e aprendizagem de uma vida em Cristo e daí se exija que sejam iniciados nos mistérios da fé, a fim de se deixarem moldar pela acção do Espírito e se tornarem «HOMENS NOVOS».

Jesus, numa das suas belas parábolas, dá-nos uma imagem clara deste acontecimento: «Eu sou a videira e vós sois os ramos. Aquele que permanece em mim e Eu nele, esse produz muito fruto» (Jo 15, 5). Esta comparação da videira faz-nos lembrar que a mesma, ao ser enxertada, é um verdadeiro símbolo deste «permanecer n’Ele e Ele em nós». E essa «enxertia» acontece no Baptismo. Aí, ao mergulharmos na água, o Espírito Santo faz-nos aderir à Pessoa de Cristo, enxertando-nos no mistério da sua morte e ressurreição (Rm 6, 4-14). Desde esse momento, circula em nós a própria vida divina e começamos a ser verdadeiros filhos no Filho. Enxertados na natureza humana de Cristo, somos verdadeiros filhos de Deus. Unidos a Ele na fé, pela acção do Espírito no qual fomos baptizados, enraizamo-nos na sua Pessoa. Nesse sentido, pode dizer-se que o Baptismo é o ponto de partida para uma vida divina, enraizada em Cristo, mas em permanente crescimento.

Dinâmica de Expressão de Fé:

Em grupo ou pequenos grupos são chamados a reflectir (para depois partilhar em plenário), como tem acontecido nas suas vidas concretas este estar enxertados e enraizados, respondendo a algumas questões tais como:

a) Eu já optei mesmo por Cristo ou tenho “vindo na onda” por outras razões?

b) Que há a podar (mudar) na minha vida e que me afasta de Cristo?

c) Que aspecto tenho que reforçar e apostar neles nesta opção por Cristo?

d) O que me diferencia dos que não seguem Cristo? Ou sou igual?

Depois do plenário de partilha, entrega-se a cada jovem um pequeno ramo com um papel A5 inter-ligado, no qual deve ser colada a foto, escrito o nome e no verso o jovem é chamado a escrever a sua oração que reflicta o trabalho anterior. Entretanto, coloca-se um tronco de árvore no centro da sala e cada jovem é chamado a enxertar o seu ramo no tronco que simboliza Cristo.

2.º Encontro

O BAPTISMO: SACRAMENTO DA FILIAÇÃO DIVINA

Dinâmica inicial:

A cada jovem é entregue uma vela flutuante que deve ser acesa num círio adornado onde se escreve Jesus Cristo. Existirá um recipiente com água (simbolizando a água baptismal). Após acenderem as velas (símbolo da fé), colocam nas no recipiente com água (enquanto se canta Caminha na Luz). Partindo deste gesto e da abordagem em jeito de diálogo do que se diz sobre a Fé (“eu cá tenho a minha fé…”; as “fezadas” que se têm em ídolos passageiros; a fé à maneira de cada um; “sou cristão não praticante”; entre outros), entra-se na Palavra de Deus.

Palavra de Deus

Evangelho segundo São Marcos:

«Depois disto, Jesus disse-lhes: “Ide por todo o mundo e anunciai a Boa Nova a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo, mas quem não acreditar será condenado”» (Mc 16,15-16).

O Baptismo: sacramento da fé

Não podemos falar de Baptismo sem ter presente a Fé; esta não é secundária nem descartável. Aliás, no caso do Baptismo, a Fé é a essência do próprio sacramento, porque este sacramento é verdadeiramente o sacramento/o sinal visível da fé cristã. Da boca de Jesus ouvimos que «quem acreditar e for baptizado será salvo» (Mc 16,16). O Baptismo é o sacramento da fé em Cristo, e, por isso, a celebração sacramental, através de palavras e acções, põe em relevo a vida nova do baptizado e a salvação que ele espera e proclama como inaugurada por Deus, na ressurreição de Jesus. Desde o início que a Igreja entende assim este sacramento. Quando os Apóstolos começaram a fazer o anúncio da Ressurreição de Jesus, em dia de Pentecostes, convidaram os ouvintes a aderir, por meio do rito baptismal, ao Senhor Jesus, reconhecido como Salvador da humanidade (cf. Act 2,38). O Baptismo é o sacramento dessa salvação, ou seja, dessa passagem da morte para a vida pela fé em Cristo. É, de resto, essa realidade que a Igreja pretende exprimir, pelo gesto da imersão/emersão: O Baptismo não pode nem deve ser entendido como um acto mágico ou de efeito mecânico e repentino. Ele é a realização do mistério que a própria Palavra de Deus, proclamada e assumida, exprime, antes da celebração sacramental propriamente dita. Essa celebração da Palavra de Deus, destinada aos baptizandos quando adultos ou aos responsáveis pela educação cristã dos baptizandos, no caso das crianças, além de dar o sentido da fé que o sacramento celebra, acentua uma especial relação com o mistério da morte e ressurreição de Jesus. E este mistério - o mistério pascal - é o núcleo e o cerne da fé cristã.

Se a celebração da Palavra acentua este aspecto, ele volta a vir ao de cima, no rito sacramental, quando se faz a profissão de fé que antecede o Baptismo, e ainda no acto de baptizar, sobretudo quando é feito por imersão. Através desse gesto, torna-se claro como o cristão entra com Cristo «no sepulcro» (simbolizado na água em que é mergulhado), para dela sair vitorioso com Ele, numa participação de vida nova, com a missão de anunciar a alegria da Ressurreição a toda a humanidade. Em ambientes pouco atentos ao verdadeiro significado do Baptismo, ou onde a prática de vida cristã é reduzida, só uma intensa e prolongada preparação poderá ajudar a descobrir o verdadeiro significado da «regeneração baptismal», como um compromisso de fé e de vida, como graça transformadora de Deus em nós, como «novidade» da existência e da pertença a uma comunidade ec1esial.

Expressão de Fé

No Baptismo tornamo-nos filhos muito amados

Deus criou-nos à sua imagem e semelhança, a fim de nos tornarmos seus filhos muito amados. Deus quer que todos os homens vivam como filhos, nesta vida, e possam participar plenamente da vida do próprio Deus, para lá da existência no tempo. No contexto da vida sobre a terra, porém, nem todos tomam consciência da transcendência do seu próprio ser, e, consequentemente, não se abrem ao projecto eterno de Deus concretizado em Cristo. É em Cristo, Deus feito homem, acessível à nossa natureza, que Deus nos interpela de modo palpável. Este é o desígnio eterno de Deus, pelo qual Ele quer salvar todos os homens como verdadeiros filhos seus. Por isso, só em Cristo terão salvação todos os homens que Deus criou. Importa que cada um se una a Cristo para se tornar verdadeiro filho de Deus. E essa união começa no Baptismo. Para Deus, no entanto, não há filhos de primeira e de segunda. Deus quer que todos se salvem como verdadeiros filhos em Cristo. O Baptismo é sempre, por desígnio do próprio Deus, o meio mais acessível para realizar nos homens a enxertia no divino. O Baptismo, de facto, regenera-nos para a vida de filhos de Deus. Assim como a geração é o começo da vida de cada homem, assim a regeneração pelo Espírito é o começo da filiação divina. Mas o começo é sempre e apenas o começo: e há muito mais para além do começo. A filiação divina é uma realidade em crescimento quotidiano que atinge o seu termo na comunhão eterna com Deus. Foi para sermos seus filhos muito amados que Deus nos gerou, em Cristo, pelo Baptismo. É nesta vida terrena e passageira que, uma vez enraizados enxertados em Cristo através do Baptismo celebrado e vivido em consciência, temos que permanecer firmes na fé, a qual deve ser cuidada e alimentada permanentemente para vivermos como verdadeiros filhos deste Pai que tanto nos ama.

Dinâmica de Expressão de Fé:

Cada um deverá redigir o “seu” Pai-Nosso (com a sua linguagem e ao seu estilo, sem copiar o que Jesus nos ensinou). Depois da redacção, este será rezado por cada um como oração final do encontro, sendo coroado com o Pai-Nosso de Jesus.

Preparação para as JMJ Catequese 2

JMJ e Palavra de Deus

1.º Encontro

Mensagem

«―Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir” (Lc 4, 21). Foi assim que Jesus comentou o texto de Isaías que acabara de ler na Sinagoga de Nazaré, no arranque da sua actividade de anúncio do Reino de Deus (Lc 4, 18-19). Daí em diante Ele iria realizar, de um modo até então nunca visto, a palavra de Deus contida na parte já escrita da Bíblia (o Antigo Testamento). Porquê este lugar central da Bíblia na vida de Jesus? – Entre outras razões, porque ―nos Livros Sagrados, o Pai que está no Céus vem carinhosamente ao encontro dos Seus filhos para conversar com eles (Dei Verbum 21). Quer dizer que só podemos encontra-nos com Ele e com Jesus, lento atentamente o que nos dizem na Sua Palavra escrita, no preciso momento em que a lemos. Queira Deus que, após essa leitura, também cada um de nós possa dizer: Cumpriu-se hoje mesmo a palavra da Escritura que acabo de ler».

† Anacleto Oliveira, Bispo de Viana do Castelo

Experiência humana

Também será útil procurar e marcar os seguintes textos bíblicos: Ez 2, 9-3,3; Is 55,2; Ap 10, 8.10; Sl 118 (119)

Todos nós temos a experiência do carácter ambíguo das palavras: por vezes, elas afastam os outros de nós, mesmo se não era essa a nossa intenção. Outras vezes, são capazes de trazer a paz aos corações em guerra. Algumas vezes são duras como pedras, outras vezes são como uma carícia. O poeta chileno Neruda escreveu «são as palavras que cantam, que sobem e descem; inclino-me diante delas… amo-as, abraço-as, persigo-as, mordo-as, derreto-as… brilham como pedras de cores, saltam como peixes… tudo está na palavra». É oportuno encetar aqui provocar o diálogo entre os jovens sobre o valor que uma palavra pode ou não ter em determinadas circunstâncias; convidá-los a partilhar qual foi a palavra mais dura ou mais suave que alguma vez disseram ou receberam; desafiá-los a pensar em situações em que «ficamos sem palavras» e outras onde as palavras «fogem-nos da boca». Pode ser interessante levantar a polémica sobre o facto de o nosso pensamento ser ou não construído com palavras (não têm som; mas as nossas ideias constroem-se com palavras…?!)

Palavra de Deus

Esta condição omnipresente da palavra pode ajudar-nos a compreender que é a comunicação complexa de que somos capazes (a linguagem que não é apenas oral, mas também gestual…) aquilo que faz de nós seres humanos. De facto, não há forma de viver sem comunicar ou, pelo menos, não há vida verdadeira sem comunicação, sem palavra. Em certo sentido, a palavra é nosso instrumento na busca do sentido da vida e se dizemos tudo isto da palavra humana, o que não diremos da Palavra de Deus? Ela – a palavra de Deus consignada na Bíblia - é o sustento da vida da Igreja e de cada crente. A vocação do profeta Ezequiel contém a este propósito um episódio muito curioso. Lê-se assim no texto bíblico: «Olhei e vi avançando para mim uma mão, que segurava um manuscrito enrolado, que foi desdobrado diante de mim: estava coberto com escrita de um e de outro lado […] E disse-me: Filho do homem, falou-me, come o rolo que aqui está, e, em seguida, vai falar à casa de Israel‘. Abri a boca, e ele mo fez engolir. Filho do homem disse-me ainda -, nutre o teu corpo, enche o teu estômago com o rolo que te dou‘. Então comi-o, e era doce na boca, como o mel» (2, 9—3,3). A experiência que o profeta relata está cheia de símbolos de grande beleza. O manuscrito enrolado e desdobrado indica a mensagem de Deus que é dada a conhecer: é uma mão que se aproxima de Ezequiel com o rolo. Isto é, a Palavra de Deus vem ao nosso encontro na Bíblia, proclamada e meditada na Eucaristia, na catequese, na pastoral da Igreja. É uma palavra completa sobre o sentido da vida (o rolo está escrito de ambos os lados) mas isso não significa que é um livro de receitas: a leitura fundamentalista da Bíblia que praticam algumas seitas não respeita a própria Escritura porque ela é Palavra de Deus e palavra dos homens e, por isso, carece de interpretação. Essa Palavra – como a Ezequiel – é-nos dada mas requer também trabalho da nossa parte: deve ser mastigada, engolida, digerida. Porventura muitos cristãos estão acostumados a receber a Palavra de Deus de forma passiva: escutam sem questionar-se, à espera de que alguém «lhes explique» o seu sentido mas não se esforçam por contrastar as palavras da Bíblia com a sua própria vida, não as levam para a casa, não as guardam no coração e na mente até elas falarem bem alto no íntimo.

«Nutrir o corpo e encher o estômago com o rolo» implica deixar que a Palavra de Deus impregne o nosso modo de pensar e de viver e modifique o nosso agir. O corpo é símbolo e realidade de cada segundo da nossa vida, assim pois «nutrir o corpo» significa que «as palavras da Escritura devem ficar gravadas na nossa carne», não a modo de tatuagem, superficial, mas a modo de proteínas que os nossos tecidos absorvem e com as quais se fortalecem.

Muitos cristãos conservam uma imagem errada da leitura da Bíblia; a maior parte das vezes isso deve-se ao simples facto de nunca a terem aberto tempo suficiente como para lhe apreender a riqueza humana e espiritual que contém. O profeta Ezequiel afirma que o rolo «era, na boca, doce como o mel». Ou seja, que o contacto com a Bíblia satisfaz de verdade a sede e a fome de sentido; além de toda a sua beleza literária e de ser o húmus em que se criou a cultura ocidental (Um grande especialista do nosso tempo – G. Ravasi – chamou-lhe «o grande código ocidental»). O profeta Isaías escreveu: «se me ouvirdes, comereis excelentes manjares, uma comida suculenta fará as vossas delícias» (55,2).

O texto profético de Ezequiel é recapitulado no Novo Testamento, no livro do Apocalipse (10, 8.10). Aí pode ler-se que «a voz que ouvi do céu falou-me de novo, e disse: Vai e toma o pequeno livro aberto da mão do anjo‘ […] Tomei então o pequeno livro da mão do anjo e comi-o. De facto, na minha boca tinha a doçura do mel, mas depois de o ter comido, amargou-me nas entranhas». Ou seja, a palavra da Escritura compele para a mudança de vida, para a conversão do coração e, muitas vezes, essa mudança é dolorosa como a experiência de dor dos adolescentes durante o crescimento físico. Essa amargura que provoca a Palavra de Deus pode ser como que uma «azia espiritual», uma tristeza profunda por ver que tantos desconhecem ou, conhecendo, ignoram a vontade de Deus que lhes pode dar alegria e luz. Aquele/a que descobriu esta riqueza e doçura não a pode guardar para si! Tem de levá-la aos outros porque também foi mandado a Ezequiel: «vai falar à casa de Israel» (3,1) e ao autor do Apocalipse: urge que profetizes de novo a numerosas nações, povos, línguas e reis (10,11).

A Bíblia não é, pois, um conjunto de prescrições morais e de «histórias religiosas» nem apenas um testemunho literário de grande valor. Ela contém (Dei Verbum, 9) as palavras que Deus quis dar-nos a conhecer e isto significa não apenas a Sua vontade a nosso respeito mas sobretudo, e por consequência, o caminho para a nossa felicidade e vida plenas. O Salmo 118, 9 diz mesmo: «como poderá um jovem manter puro o seu caminho? Observando as tuas palavras».

Expressão de fé

Convidar os jovens a, em breves momentos, identificar e anotar algumas obras de arte, de literatura, alguns costumes ou ditados populares, expressões sociais ou culturais inspirados na Bíblia. Outro grupo pode construir um acróstico, isto é, um conjunto de frases ou palavras que comecem – cada uma – pelas letras da palavra Bíblia; por ex., Bom é poder ouvir as Tuas Palavras; Instruem-me a todo o momento ou… Bondade; Inteligência…, etc. No termo desta actividade, recitar alternadamente os vv. 1-20 do Salmo 118, o mais longo da Bíblia, construído também ele sob a forma de um acróstico com todas as letras do alfabeto hebraico. No fim, recordando-o texto de Ezequiel, canta-se o «Tenho que gritar, tenho que anunciar…» (inspirado também ele num outro profeta, Jeremias, vd. 1,5ss) Para um maior aprofundamento do tema e da figura do profeta Ezequiel, pode entregar-se aos jovens o texto dos capítulos 34, 36 e 37 de Ezequiel para a leitura, meditação e oração pessoal.

JMJ e Palavra de Deus

2.º Encontro

Experiência humana

Propomos uma actividade muito simples que pode ser feita com um pequeno aparelho de som com gravador ou com um telemóvel que permita gravar e reproduzir as gravações ou mesmo sem estes instrumentos se não for de todo possível. No primeiro caso, pedem-se a vários jovens do grupo para gravar a frase «quando ouças esta gravação, quero que te lembres de mim e digas o meu nome». Convém que sejam vozes femininas e masculinas, agudas e graves, com ou sem sotaque. Depois, reproduzem-se as gravações em ordem aleatória e pede-se aos outros elementos que identifiquem os autores. No caso de não haver nenhum aparelho de gravação, pede-se a um grupo de cinco jovens (mais ou menos) para dizer a frase e outros cinco para tentar imitar algum dos primeiros. Ao grupo cabe tentar descobrir quem imita quem.

Palavra de Deus

Os entendidos da Fonética (ciência que estuda a voz humana) dizem que não há duas vozes humanas iguais em todo o mundo; como tantas outras coisas, a nossa voz é uma assinatura única. Por vezes, as pessoas não são capazes de recordar com exactidão as palavras que ouviram mas não esquecem o tom e a ênfase com que elas foram ditas. No entanto, a voz é um instrumento da mensagem pois até a sua forma exprime um conteúdo. Algumas pessoas portadoras de deficiência não conseguem formar vocábulos nítidos ou inteligíveis mas a sua voz é também um instrumento de comunicação que serve a mensagem que precisam transmitir. Um dia, Santo Agostinho disse que «São João Baptista era a voz que clamava no deserto, destinada a passar, mas a mensagem que servia é o próprio Jesus Cristo, o Verbo de Deus. De facto, após dizer aquilo para que foi missionada, a voz cala-se e não se ouve mais mas permanece a sua lembrança e a sua mensagem». Jesus Cristo é, nas palavras de São João Evangelista (1,14) «o Verbo [que] se fez carne e acampou entre nós». De facto, a Palavra Eterna e Infinita de Deus, Deus dado aos homens, o Emanuel que celebramos no Advento e no Natal, é Jesus Cristo. Ele é a Palavra de Deus por quem tudo foi criado e que tudo sustenta. Jesus Cristo é pois a Palavra de Deus e São Jerónimo escreveu um dia que «desconhecer as Escrituras é desconhecer a Cristo […] é nosso dever conhecer as veias e carnes da Escritura […] creio que o corpo e sangue de Cristo». De facto, a Bíblia não é uma]mesmo[Evangelho é o comunicação fria e intelectual sobre Deus mas a entrega da Sua vida latente na Sua Mensagem.

Em Jesus Cristo, Deus fez-se próximo e presente! Iremos escutar o trecho completo de São João na Eucaristia de Natal. Ao dizer que «o Verbo acampou entre nós», o mais jovem dos evangelistas estava a dizer que a Arca de Aliança, que no Antigo Testamento era o lugar da presença e morada de Deus, a nova e definitiva Arca de Aliança, lugar de encontro de Deus com a humanidade é o próprio Jesus Cristo. N‘Ele se realizaram as Escrituras: ―cumpriu-se hoje esta Palavra que acabais de ouvir. O encontro com Jesus Cristo hoje é, para nós, mediato (não é imediato porque não convivemos com Ele fisicamente pois separam-nos da sua vida terrena o tempo e o espaço) e o acesso a Ele só pode ser através dos Sacramentos, mormente da Eucaristia, da Bíblia, da comunidade cristã e do «sacramento dos pobres» (Madre Teresa de Calcutá). A Bíblia ocupa um lugar especialíssimo porque ela é mais do que um livro, mais do que um conjunto de livros: ela é o lugar do diálogo de Deus com a humanidade e da humanidade com Deus. É preciso que as palavras da Escritura encarnem, em nós, ou melhor, que nós as encarnemos e as vivamos profundamente. Por isso, no seu texto, Dom Anacleto Oliveira convida-nos e faz o voto de que «após a leitura [da Bíblia], queira Deus que também cada um de nós possa dizer: Cumpriu-se hoje mesmo a palavra da Escritura que acabo de ler». Nesta lógica da importância e centralidade da Palavra de Deus na vida do cristão, a Igreja chega mesmo a dizer e reconhece que «sempre venerou as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor» (DV 21).

Numa Mensagem ao Povo de Deus (2008), os Bispos reunidos com o Papa no Sínodo sobre a Palavra de Deus escreveram que «a voz da Palavra é a Revelação de Deus» contida na Bíblia e que excede a própria Bíblia, «o rosto da Palavra é Jesus Cristo», «a Casa da Palavra é a Igreja» e «os caminhos da Palavra é a Missão» de anunciar Deus à humanidade. E, muito recentemente, o Papa Bento XVI escreveu «os jovens são membros activos da Igreja e representam o seu futuro. Muitas vezes encontramos neles uma abertura espontânea à escuta da Palavra de Deus e um desejo sincero de conhecer Jesus. […] Esta solicitude pelo mundo juvenil implica a coragem de um anúncio claro; devemos ajudar os jovens a ganharem confidência e familiaridade com a Sagrada Escritura, para que seja como uma bússola que indica a estrada a seguir. Para isso, precisam de testemunhas e mestres, que caminhem com eles e os orientem para amarem e por sua vez comunicarem o Evangelho sobretudo aos da sua idade, tornando-se eles mesmos arautos autênticos e credíveis» (Exortação Verbum Domini de 30 de Setembro de 2010).

Expressão de Fé

Para encerrar o encontro, podem convidar-se os jovens a visitar a Igreja e identificar o «trono» ou «mesa» da Palavra de Deus, o «Ambão», ou seja, a estante ou imóvel litúrgico donde se proclamam os textos bíblicos na Eucaristia e nas orações. A beleza de algumas destas peças revelam só por si o valor que se concede à Palavra (nalgumas igrejas, as condicionantes do espaço não permitiram reproduzir as dimensões dos antigos púlpitos - que eram um local privilegiado de anúncio da Palavra – nos novos ambões. A referência aos púlpitos – previstos aquando da construção primitiva de muitas igrejas e hoje em desuso pois não correspondem às exigências da liturgia – também pode ser ilustrativa de como a concepção arquitectónica antiga e primitiva de muitos templos cristãos veneravam a Palavra divina). No mesmo Ambão, pode proclamar-se – inclusive a partir do Leccionário utilizado na Missa de Natal – o texto de João 1, 1-16. O animador pode recordar como uma parte considerável (a primeira) do tempo da Eucaristia (e de quase todos os sacramentos, aliás, de todos na teoria) é dedicado à leitura, meditação e celebração da Palavra de Deus; recorde também que nas JMJ as chamadas «catequeses com os Bispos» são temas de reflexão, de cunho bíblico, que ocupam três dos seis dias das Jornadas e que antecedem o Encontro com o Santo Padre.

Convide ainda cada um a ler todos os dias um texto bíblico, se possível em harmonia com aqueles que são lidos na Igreja quotidianamente, através, por exemplo, dos sites www.evangelhoquotidiano.org ou www.lugarsagrado.com ou passo-a-rezar.net No fim, cante-se o «Queres saber de que cor?» e entregue-se aos jovens um cartão com estas palavras do Sínodo dos Bispos já citado:

«Façamos silêncio para escutar com eficácia a Palavra do Senhor e mantenhamos o silêncio após a escuta porque continuará a habitar em nós e a falar-nos. Façamo-la ressoar no princípio de cada dia, para que Deus tenha a primeira palavra e deixemo-la ecoar em nós durante a noite, para que a última palavra pertença a Deus…»

Cortesia:http://www.lisboajmjmadrid.com/2a_Cateq_-_JMJ_e_Palavra_de_Deus.pdf

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Festival Nacional da Canção Cristã

Com grande alegria venho comunicar que a Diocese de Lisboa ficou em 1º Lugar no Festival Nacional da Canção Cristã que decorreu ontem de tarde em Fátima num total de 14 Dioceses.

Estiveram presentes Dioceses de Norte a Sul passando pelas Ilhas de Portugal.

Dioceses de Viana do Castelo, Porto, Lamego, Guarda, Leiria-Fátima, Braga, Lisboa, Setúbal, Algarve, Aveiro, Angra do Heroísmo, Funchal, Coimbra e Viseu foram as participantes ao Festival.

Foi uma imensa animação entre os participantes sempre a apoiarem-se uns aos outros.

Nem o atraso de 2 horas devido a falta de electricidade (causado pelo temporal) fez com que o ambiente entre as claques esmourecesse.

A música foi escrita por dois membros do grão.: Carlota Pimenta e Ana Marta Rodrigues.

O Prémio SER, que pretende assinalar a diocese que trouxe maior alegria e presença durante todo o fim-de-semana foi ganho pela Diocese de Lamego (esta votação foi feita pelos próprios participantes do Festival)

O Prémio Mensagem foi ganho pela Diocese de Coimbra.

Relativamente aos 2º e 3º Lugares ficaram a Diocese do Algarve e Lamego respectivamente.

Participaram os seguintes elementos do grão.:

- Cátia Costa na voz;
- Carlota Pimenta no violino;
- Beatriz Carvalho na percussão.

O restante grupo é composto por:

- Jose Buraca
- Catarina Buraca
- Tiago Herdade
- João

Desejamos as maiores felicidades a todos.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ciclo - Cinema católico para ver em Almada

“4 dias, 4 filmes”. Assim se chama o ciclo de cinema católico que começa hoje (ontem) em Almada. No Fórum Romeu Correia, sempre às 21h00, até domingo, serão exibidos “A ilha”, de Pavel Lounguine, “Deus tem necessidade dos homens”, de Jean Delannoy, “Mendel, o jardineiro de Deus”, de Liana Marabini, e “O nono dia”, de Volker Schlöndorff.
“No final da exibição dos filmes, quatro pessoas distintas comentarão os filmes, que qualquer pessoa poderá ver e gostar. São filmes que trazem consigo tudo o que se pede à sétima arte, toda a beleza e encanto e, ao mesmo tempo, professam a fé e o amor a Jesus”, indica o Padre Pedro Quintela, organizador deste ciclo.
Os quatro filmes serão legendados em português e a exibição de “Mendel, o jardineiro de Deus” contará com a presença da realizadora Liana Marabini. A entrada é gratuita.

em Página 1, 2/12/2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Santo André, apóstolo


Terça-feira, dia 30 de Novembro de 2010

Os gregos chamam a este ousado apóstolo "Protókletos", que significa: o primeiro chamado. Ele foi um dos afortunados que viram Jesus na verde planície de Jericó. Ele passava. O Baptista indicou-o com o dedo de Precursor e disse: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". André e João foram atrás d'Ele. Não se atreveram a falar-Lhe até que Jesus se virou para trás e perguntou: "Que procurais?" - Mestre, onde habitas? - "Vinde e vede". A Igreja deve muito a Santo André. Terá sido martirizado numa cruz em forma de aspa ou X, que é conhecida pelo nome de cruz de Santo André.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O trabalho

Tanta gente sem pão em Portugal andará à procura de trabalho. Costuma até dizer-se que o nosso bem-estar assenta neste tripé: saúde, trabalho, casa. E podemos acrescentar: que a saúde não faz falta que seja de ferro; que o trabalho não precisa da remuneração do Ronaldo; que a casa não precisa sequer de aproximar-se das mansões dos nossos “heróis” do futebol. É que aqui também no meio pode estar a virtude.
Aqui há semanas (poucas) fomos instruídos pelo pedaço de uma carta de S. Paulo aos cristãos de Tessalónica que nos pareceu um recheado estudo filosófico – teológico sobre o trabalho.
Vivendo, trabalhamos. Se deixamos de trabalhar, morremos. Trabalha o coração, trabalha o cérebro, trabalha o sistema nervoso, trabalha tudo em nós. Que maravilhoso que tudo isto é! E este ser que é trabalho por natureza, precisa ele mesmo de se pôr a trabalhar, para manter-se em trabalho, isto é, para viver. Por isso mesmo, dizemos que o homem tem o dever de trabalhar, o que S. Paulo exprimia de outra forma: “quem não trabalha não tem direito a comer”.
Então, se nos assiste o dever de trabalhar, alguém tem de criar as condições externas para que possamos trabalhar. Assim, o direito ao trabalho flui do dever do trabalho, o que acontece com todos os direitos que são filhos e consequências dos deveres. Por isso, se também defendes o direito à saúde, não esqueças do dever primeiro de velar por ela.
Paramos um pouco a pensar no trabalho, e logo nos surgem, pelo menos, quatro pontos de reflexão:
• Pelo trabalho e com o trabalho, colaboramos com Deus Criador. O mundo ficou muito por criar. É o homem que “dominando a terra”, tem dela tirado as mais inimagináveis forças. E ainda mal começamos…
• Pelo trabalho, realizamo-nos. Um homem sem possibilidade de acesso ao trabalho, quantas vezes recorre aos sucedâneos da droga, do vinho, do roubo … do suicídio!
• Pelo trabalho, integramo-nos com alegria no agregado familiar, contribuindo para que na casa se viva feliz, quente, com projecto e com sonho.
• Pelo trabalho, construímos a sociedade, somos motores do progresso, pomos a máquina social a mover-se e a produzir. E quando assim acontece, não pode haver crise.

Por D. Manuel Martins, Bispo Emérito de Setúbal, em Página 1, 25/11/2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Um presente diferente

Este é o ano em que muitos portugueses sentem na pele a austeridade e as dificuldades. Mesmo os que ainda não as sentem, preparam-se já para momentos difíceis, em que apertar o cinto será uma inevitabilidade.
Estamos a entrar na época de Natal, época em que o apelo ao consumo atinge o pico anual. Neste momento, muitas das instituições que apoiam os mais desfavorecidos atravessam enormes dificuldades, a tal ponto que muitas ponderam já ter que fechar a porta.
Seguindo a máxima de que os tempos de crise são também tempos de desafio e de oportunidade, faz sentido que, este ano, o maior presente de Natal seja para estas instituições. É a época ideal para que se pense em fazer a opção de canalizar o dinheiro de alguns presentes de Natal para dar um novo fôlego a estas instituições. É uma opção pessoal: dizer aos que nos são próximos que o nosso presente deve ser entregue a uma das muitas instituições que precisam de apoio.
Se pensarmos no Banco Alimentar, que faz a sua recolha já no próximo fim-de-semana, esta opção nem sequer prejudica a economia, no sentido em que se mantém o consumo, indispensável à vida das empresas. O Banco Alimentar é uma entre muitas opções possíveis.

por Raquel Abecasis em Página 1, 22/11/2010

Polónia - Inaugurado o mais alto Cristo Rei do mundo




A mais alta estátua ao Cristo Rei do mundo foi inaugurada ontem (Domingo), na Polónia.
A gigantesta estrutura, com 51 metros de altura, foi erguida numa colina, em Swiebodzin, no oeste do país. O projecto nasceu da iniciativa do padre Sylwester Zawadzki e foi inaugurado ontem, dia da solenidade de Cristo Rei, com a qual termina o ano litúrgico, antes do início do Advento.
A estátua, ao contrário do Cristo Rei de Almada e do Cristo Redentor do Corcovado, Rio de Janeiro, enverga uma coroa dourada.
A nova estátua tem mais 23 metros que a imagem que olha sobre Lisboa e mais 12 que o Corcovado.
Os residentes de Swiebodzin esperam, agora, que a sua cidade se transforme num destino de peregrinações, contando, especialmente, com potenciais turistas alemães, uma vez que a fronteira dista, apenas, 70 quilómetros.
A estátua foi erigida em tempo recorde: cerca de dois anos, já que as obras começaram em 2008.
em Página 1, 22/11/2010

O que o Papa disse a Peter Seewald


(...)
“Efectivamente, acontece que, onde quer que alguém queira obter preservativos, eles existem. Só que isso, por si só, não resolve o assunto. Tem de se fazer mais. Desenvolveu-se entretanto, precisamente no domínio secular, a chamada teoria ABC, que defende “Abstinence – Befaithful – Condom” (“Abstinência – Fidelidade – Preservativo”), sendo que o preservativo só deve ser entendido como uma alternativa quando os outros dois não resultam. Ou seja, a mera fixação no preservativo significa uma banalização da sexualidade e é precisamente esse o motivo perigoso pelo qual tantas pessoas já não encontram na sexualidade a expressão do seu amor, mas antes e apenas uma espécie de droga que administram a si próprias. É por isso que o combate contra a banalização da sexualidade também faz parte da luta para que ela seja valorizada positivamente e o seu efeito positivo se possa desenvolver no todo do ser pessoa.
Pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo por um prostituto, em que a utilização do preservativo possa ser um primeiro passo para a moralização, uma primeira parcela de responsabilidade para voltar a desenvolver a consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer. Não é, contudo, a forma apropriada para controlar o mal causado pela infecção por HIV. Essa tem, realmente, de residir na humanização da sexualidade.

Quer isso dizer que, em princípio, a Igreja Católica não é contra a utilização de preservativos?

É evidente que ela não a considera uma solução verdadeira e moral. Num ou noutro caso, embora seja utilizado para diminuir o risco de contágio, o preservativo pode ser um primeiro passo na direcção de uma sexualidade vivida de outro modo, mais humana”.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Por uma espiritualidade do dinheiro

Sei que a muita gente este título parecerá uma blasfémia. O nosso Ocidente cristão estabeleceu uma barreira tão impermeável entre o espiritual e o material que tornou obtuso, à partida, qualquer diálogo entre a espiritualidade e a produção e circulação de riqueza. Para não falar já do funcionamento da economia ou das formas diversas do capitalismo. São campos completamente separados.
Quanto muito julgaremos legível a formulação do filósofo Jacques Ellul avançada como repto: «é necessário profanar o dinheiro», isto é, restitui-lo à sua função de instrumento material de troca, desinvestindo-o da sacralidade simbólica com que é tratado.
Mas defender “uma espiritualidade do dinheiro” é, certamente, caminhar nesse sentido. A leitura da Bíblia também aqui pode ser instrutiva. O Antigo Testamento, por exemplo, faz uma apreciação fundamentalmente positiva acerca dos bens e da prosperidade. Mas a diferença entre ricos e pobres é sempre vista como um escândalo intolerável. Toda a legislação social que enche o Livro do Deuteronómio não visa promover o remendo da esmola, mas pretende sim (e ousadamente) assegurar os direitos dos pobres. Institucionaliza-se na chamada «Lei da Aliança» um verdadeiro pacto social, que passa por medidas espantosamente concretas como o perdão das dívidas ou uma redistribuição periódica dos bens como meio de travar os cíclicos fenómenos de empobrecimento dos grupos sociais mais frágeis.
Por vezes ouve-se repetir apressadamente a sentença «Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus» (Mt 22,21) como certificação de que Jesus virou as costas ao dinheiro. O Evangelho não conta isso. O episódio em casa de Zaqueu, o rico cobrador de impostos, mostra antes como o que acontece é uma mudança de papéis. O dinheiro deixa de ser amontoado e usado em função do próprio para passar a ser reparador de injustiças e antídoto contra a pobreza. Como explica o teólogo Daniel Marguerat, a interpelação de Jesus leva-nos mais longe, pois ele não pergunta apenas, «que fazes tu do teu dinheiro?”, mas coloca-nos perante esta incontornável questão: «o que é que o teu dinheiro fez de ti?».
Por José Tolentino Mendonça em Página 1, 18/11/2010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Natal - Estandartes regressam em força

A campanha dos estandartes, que se desenrola pelo segundo ano consecutivo, está de volta e em força. Até esta altura, já foram vendidos 20 mil, estimando-se que venha a ser ultrapassado o número de 30 mil, correspondente aos vendidos no ano passado.
A campanha dos estandartes tem por objectivo recordar às pessoas a razão do Natal. Este ano, contudo, a campanha quer ir ainda mais longe e, com o estandarte, é vendido um evangelho diário.
“Queríamos aproveitar a adesão de 2009 para ir um bocado mais longe no nosso pequeno contributo para a recristianização, não só do Natal mas do ano inteiro. Por isso, é que propomos o lema ‘Um Natal e um ano recheados de Jesus’. Este ano, colocámos à venda um kit que inclui um evangelho diário para 2011, com um pequeno comentário que nos ajuda a estar alguns minutos em contacto com a palavra de Deus”, disse à Renascença Paula Pimentel, uma das responsáveis pela iniciativa.
Outra das novidades dete ano prende-se com o alargamento dos postos de venda: “O ano passado fi zemos questão que os estandartes só se vendessem nas paróquias, para que se percebesse que era mesmo uma iniciativa cristã e não mais uma moda de Natal, mas este ano alargámos a iniciativa também a algumas instituições públicas de solidariedade social”.
O kit de Natal, que inclui uma mensagem do Bispo D. Carlos Azevedo, pode ainda ser encomendado pela Internet, explica Paula Pimentel: “Podem fazer reservas online nas paróquias, no site www.estandartesdenatal.org”. Organizados por distrito, estão todos os sítios - 79, neste momento - onde os kits estão à venda.
in Página 1, 15/11/2010

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Ainda a família

A família. Sempre a família. Eu não existo sem família, tu não existes sem família, ninguém existe sem família. A família é a minha base, o meu começo, o meu caminhar, a minha realização. Por isso é que sem família não há sociedade, porque não há alicerces sobre os quais ela se construa. Então, importa não descurar a família nem a sua qualidade.

D. Manuel Martins
Bispo Emérito de Setúbal

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

E ontem Faleceu o famoso Senhor do Adeus - João Manuel Serra

Era uma figura incontornável da cidade de Lisboa. Acenava a quem passava pela zona do Saldanha apenas porque acreditava que, dessa forma, fazia os lisboetas mais felizes. Eles acenavam de volta. João Manuel Serra faleceu ontem aos 80 anos.

João Manuel Serra assumiu por várias vezes nunca ter tido de trabalhar. Vinha de uma família abastada que o deixou com rendimentos fartos e lhe permitiu escolher uma «profissão» diferente.

Todos os dias, o Senhor do Adeus passava horas a fio sob sol ou chuva vendo os carros que passavam e acenando aos condutores. A motivação? Dizia que começou por brincadeira mas que percebeu que aquele trabalho deixava as pessoas mais felizes, distribuía sorrisos.

E se muitos havia que não percebiam e associavam a personagem a um certo grau de insanidade, a maioria retribuía os acenos e, com isso, levava para casa um sorriso no rosto.

Ontem à noite, em vez da habitual crítica de João, foi uma despedida que Filipe Melo publicou. «Todos os dias, o João dizia adeus às pessoas. Era assim que assim fazia as pessoas felizes e que as pessoas lhe retribuíam essa felicidade. Era um dos meus melhores amigos, e terei muitas saudades das nossas idas ao cinema e de o ver a sorrir e a trazer alegria a todos os que o rodeavam», recordou o amigo.

Os papéis foram agora invertidos. Ficam os lisboetas a despedir-se do senhor que passou a vida a dizer adeus.

Cortesia: www.sapo.pt


O que um simples gesto pode mudar numa pessoa......


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Aniversário Marta

Hoje completou mais um aniversario a nossa amiga Marta (Tatá), que continue a caminhar nesse seu percurso de vida.

Nada te turbe,
Nada te espante
Quem a Deus tem
Nada lhe Falte

Nada te turbe,
Nada te espante
Só Deus Basta

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

"De que falamos quando falamos de santidade"

"Sophia de Mello Breyner naquele conto tão conhecido, “O retrato de Mónica”, explica que a poesia é-nos dada uma vez e quando dizemos que não ela afasta-se. O amor é-nos dado algumas vezes, e também se o recusamos ele distancia-se de nós. Mas a santidade é-nos dada todos os dias como possibilidade. E se a recusamos teremos de a recusar todos os dias da nossa vida, porque quotidianamente a santidade se avizinha de nós.
Contudo, fizemos da santidade uma coisa tão extraordinária, abstracta e inalcançável, que quase não ousamos falar dela. Muito menos no espaço público. De certa forma, habituamo-nos a olhar para a experiência cristã como que acontecendo a duas velocidades: o caminho heróico dos santos e a frágil estrada que é aquela de todos os outros, e por maior razão a nossa. Ora esta concepção de santidade não pode estar mais longe daquilo que a tradição cristã propõe, pela qual pugnou e pugna. O Concílio Vaticano II, por exemplo, deixa bem claro: a santidade é vocação mais inclusiva e comum. Mas é preciso entender de que falamos quando falamos de santidade.
Bastar-nos-ia certamente ler as bem-aventuranças. Jesus não diz que os bens aventurados são os outros, os que não estão ali. Jesus olha para a multidão e começa a dizer: “bem-aventurados vós os pobres”, “bem-aventurados vós os aflitos”, “bem-aventurados vós os misericordiosos”. O quê que isto quer dizer? Que são, no fundo, as nossas pobrezas, fragilidades, aflições, mansidões, procuras de justiça, sedes de verdade, a nossas buscas por um coração puro, que dão a substância da bem-aventurança, a matéria da santidade. É naquilo que somos e fazemos,no mapa vulgaríssimo de quanto buscamos, na humilde e mesmo monótona geografia que nos situa, na pequena história que dia-a-dia protagonizamos que podemos ligar a terra e o céu. Falar de santidade em chave cristã passou a ser isso: acreditar que a humanidade do homem se tornou morada do divino de Deus."

por José Tolentino Mendonça em Página 1, 04/11/2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Aniversariante do dia João Almeida

Olá a todos,

Hoje o João Almeida completa 20 anos, num caminho que nem sempre é o mais fácil, com altos e baixos mas sempre com força de vontade e persistência.


Esperemos que Nosso Senhor continue a iluminar o seu Caminho.

Deus é Amor
Atreve-te a viver por Amor
Deus é Amor
Nada a temer.

Muitas Felicidades

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Já são 5.000 portugueses inscritos. E tu do que estás a espera?

Pastoral Juvenil: Mais de cinco mil portugueses já se inscreveram na JMJ 2011
O responsável pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, padre Pablo Lima, revelou que já estão inscritos mais de cinco mil jovens portugueses para a Jornada Mundial da Juventude de 2011, em Madrid, pelo que mantém a expectativa da presença de 15 mil participantes.

E tu do que estás a espera?


Um pequeno Video

http://www.youtube.com/watch?v=9LkZ9QFIVzc&feature=player_embedded

Cortesia: http://www.jornalw.org/index.php?tem=1

Paróquias pertencentes a Vigararia III

Para quem não sabe aqui fica o conjunto de Paróquias que compõe a nossa Vigararia:

Ajuda (N.ª Sr.ª da Ajuda)

N. S. Ajuda

Alcântara (S. Pedro)

S. Pedro

Bairro da Boavista (S. José)

S. José

Bairro do Padre Cruz (N.ª Sr.ª de Fátima)

N. S. Fátima

Belém (Santa Maria)

S. Maria

Benfica (N.ª Sr.ª do Amparo)

N. S. Amparo

Calhariz de Benfica (Sagrada Família)

Sagrada Família

Campolide (St.º António)

S. António

Carnide (S. Lourenço)

S. Lourenço

Lapa (N.ª Sr.ª da Lapa)

N. S. Lapa

Luz Sul (S. Tomás de Aquino)

S. Tomás de Aquino

Pontinha (Sagrada Família)

Sagrada Família

Prazeres (N.ª Sr.ª dos Prazeres)

N. S. Prazeres

Santa Isabel (St.ª Isabel)

S. Isabel

Santo Condestável (St.º Condestável)

S. Condestável

Santos-o-Velho (Santos Veríssimo, Máxima e Júlia)

S. Veríssimo, Máxima e Júlia

São Domingos de Benfica (S. Domingos)

S. Domingos

São Francisco de Paula (S. Francisco de Paula)

S. Francisco de Paula

São Francisco Xavier (São Francisco Xavier)

S. Francisco Xavier

São Mamede (São Mamede)

S. Mamede

São Vicente de Paulo (S. Vicente de Paulo)

S. Vicente de Paulo