Numa aula em Macau, James, um meu aluno vietnamita disse-me que, para ele, o conceito de “eu”, “self”, é praticamente incompreensível. No Vietname, raramente, falo “eu”, disse James.
Escutei o que ele disse e pensei em mim, como um “eu”. O que é esta consciência que tenho de ser, de existir, como um ser pessoal, como pessoa? Quem sou eu? O que sou eu? As ocupações do dia-a-dia parecem não deixar grande espaço para esta consideração de mim, de fora para dentro. Um interior que parece tornar-se estranho de tão pouco visitado.
Agradeço-te Senhor, Deus de todos os olhares, que me desafias a olhar-me profundamente e a tentar responder a tantas questões sobre este ser tão pouco olhado e conhecido:
em que sentido desejo avançar?
Como quero realizar o meu ser?
De que cumes, de que planícies ou encostas gostaria de me aproximar?
O que me faz viver e crescer e seguir em frente e sentir que não há patamares definitivos nesta imensa, fantástica e dolorosa tarefa se ser?
Ajuda-me, Senhor da minha vida, a deixar-te repousar comigo e avançar comigo na viagem à volta deste tão humano mundo: “eu”, pronunciado por mim.
Isabel varanda
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