segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Para si, que vai caminhando...

Peço-lhe um minuto, apenas um minuto.
Para lhe dizer que nós, cristãos católicos da Diocese do Porto, caminhamos consigo.
Como “cristãos”, referimo-nos a Cristo; como “católicos”, referimo-nos a toda a gente, sem excepção.
A todos aqueles que aceitem a nossa companhia na estrada da vida.
O Papa Bento XVI disse-nos aqui no Porto, no passado mês de Maio, que nada impomos mas sempre propomos. Propomos Aquele que um dia nos propuseram a nós e sempre nos comunica esperança, companhia e paz: Jesus Cristo!
Aproximamo-nos de mais um Natal, passado este ano entre dificuldades acrescidas na vida económica e profissional. Mas, quando celebramos de novo o nascimento de Jesus, reforçamos a convicção de que Ele continua connosco, "nascendo" em cada acto de solidariedade verdadeira e atenção aos outros. Natal é isso mesmo. Presença de Deus no mundo, como uma criança que nasce, um gesto que aproxima, um sorriso que anima. Entre familiares que se reúnem, sem esquecer nenhum; entre vizinhos que se saúdam e vencem indiferenças; entre companheiros de trabalho, estudo ou outra actividade que seja. É também assim que Jesus gosta de ser reconhecido no mundo,
No presépio de Belém, com Maria e José, reconheceram-no os pastores humildes e os magos que verdadeiramente O procuravam. No "presépio" de cada dia, reconhecem-no os que O descobrem nos que mais precisam de companhia e ajuda. Disse-o Ele: "Vinde, porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.
"Sempre que fizeste isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizeste" (cf. Evangelho segundo São Mateus 26, 34 ss). Por isso e só por isso, pode haver mesmo Natal na sua vida, desde que o faça também na vida dos outros.
Como escreveu um dos primeiros discípulos de Jesus: “Aproximai-vos de Deus e Ele aproximar-se-á de vós” (Carta de Tiago 4, 8). Comece por um gesto, um simples gesto de atenção aos outros.
- Comece, persista e verá!
Já passou o minuto que lhe pedi: muito obrigado.
Desejo-lhe, do coração de Deus, um feliz Natal!

D. Manuel Clemente, Bispo do Porto

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